segunda-feira, 1 de novembro de 2010


Hoje li uma carta que encontrei algures por entre as arrumaçoes dos meus avós.
Era uma carta que me parecia antiga, mas que nunca teria sido aberta. Era para o meu bis-avô, achei estranho porque a carta foi escrita um ano depois da morte do meu avô e foi a minha bis-avó que a escrevera.
E então abri cuidadosamente e começei a ler a carta como se estivesse na pele dela, senti um arrepio, um arrepio bom.
E lá então dizia:

Querido Franklim,

Faz dentro de alguns dias que o tempo te levou de mim, sim a culpa é do tempo, tempo que não pára nem chega para a saudade matar.
Tiraram-te de mim com uma facilidade que nem consigo explicar.Foste defender o teu país como um nobre soldado que ama verdadeiramente a sua pátria.
Depois de estares alguns meses fora vinhas visitar-me, e eu com o meu melhor sorriso ia receber-te e era tão bom receber-te, era como se nunca tivesses saído do meu lado.
Deixaste-me uma linda menina, Irene. Nunca a chegaste a conhecer, nasceu dois meses depois da tua morte, tenho pena que não a tenhas conhecido ela é adorável e herdou a cor dos teus olhos, olhos estes que me servem de consolo quando meus sangue choram.
Não escondo, nem consigo!Choro todos os dias, no lado da cama onde costumavas deitar-te, e ainda consigo sentir o teu cheiro.
E quanto a esta carta?Irás recebe-la prometo.

Elisabeth

3 comentários:

  1. Se a mim, que não tenho relação com quem a escreveu, me dá um arrepio, faço ideia a ti - saber que os nossos antepassados se amavam é quase catártico.

    Essa carta é uma relíquia, guarda-a bem!

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  2. Linda!Simples e pura, a dor de alguém que perdeu alguém!E continuou amando mesmo não estando mais neste plano...Me emocionei!Obrigada por compartilhar.

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  3. nossa,muito linda a carta,.Arrepiei.
    Lindo blog =]

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