terça-feira, 5 de outubro de 2010

Passei mal esta noite, a electricidade falhou e tive que acender uma vela, não consegui deixar de pensar nos silêncios e nos gritos da noite estes últimos assustavam-me.
Peguei no castiçal das velas e levantei-me, caiu-me um bocado se cera na mão que me queimou.
Ouvi, as escadas a ruírem, não era o ruído por serem velhas. Abri a porta do meu quarto e consegui ouvir a melodia no ar, desci as escadas rapidamente mas não por minha vontade alguma espécie de vento em redor de mim facilitava a tarefa do meu andar.
A melodia vinha da sala, a sala que estava fechada á meses devido á morte dele.Hesitei em entrar, arrepiava-me só de pensar.Mas não consegui conter-me, precisava de entrar precisava de ver quem estava a tocar a minha canção necessitava, era como uma ânsia de desejo ardente.
Entrei, e por momentos quase desejei sair mas não o consegui fazer.
Estava ele, ali com os seus cabelos negros e com os seus olhos azuis céu a olhar para mim e para a minha pele nua.Desejei-o. Não minto.Respirei fundo antes de lhe falar...
-Olá.
-Olá.
-Como é que estas aqui... vivo?
-Estou por ti, vem!
E tomou-me nos braços.

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